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Estilo Wabi-Sabi: uma nova tendência

4 minutos
Busque a "beleza da imperfeição" seguindo as diretrizes do Wabi-Sabi. Neste post, mostraremos como fazê-lo facilmente.
Estilo Wabi-Sabi: uma nova tendência
Última atualização: 06 outubro, 2018

Neste artigo, mostraremos algumas ideias sobre o estilo Wabi-Sabi aplicado no mundo do design de interiores. Essa filosofia busca a beleza em tudo que é imperfeito ou, inclusive, incompleto.

O conceito de Wabi-Sabi remonta ao Japão do século XV e encontra sua base nos ideais do zen-budismo, que tem entre os seus preceitos a aceitação da impermanência e da imperfeição. Portanto, dentro deste estilo predominarão objetos “imperfeitos”: incompletos, ásperos, assimétricos… No entanto, isso não significa que não sejam bonitos. Esta é a essência dessa filosofia.

Obviamente, este efeito de imperfeição pode ser tanto natural como proposital. Isto é, nos referimos a um estado de imperfeição causado por limitações nos processos de design, de materiais ou causados ​​pelos efeitos da passagem do tempo, que invariavelmente deixam uma certa marca nos móveis, acessórios, paredes. Obviamente, também poderá ser um efeito buscado pelos designers, envelhecendo as superfícies propositadamente, por exemplo.

Além disso, hoje vamos nos concentrar na sua utilização no design de interiores, mas o estilo Wabi Sabi também tem sido amplamente utilizado em representações artísticas.

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Fonte: jeroenvanderspek.com/

Os estilos mais semelhantes ao estilo Wabi-Sabi

Se buscarmos imagens nas quais apareçam interiores decorados seguindo as diretrizes do estilo Wabi-Sabi, você verá que ele apresenta certas semelhanças com outros estilos, talvez mais próximos da nossa cultura. Por isso, não será difícil combiná-los para conseguirmos um espaço homogêneo, simples e natural, sempre com esse toque de imperfeição do qual já falamos.

Veremos de maneira clara a influência do minimalismo, embora com algumas variações. Em primeiro lugar, tudo deve ter uma funcionalidade e uma utilidade: não devemos sobrecarregar os ambientes com objetos supérfluos ou com móveis e acessórios em excesso. Portanto, visualmente falando, é preferível que haja menos móveis, embora tenham dimensões maiores.

Menos é mais.

Mies van der Rohe

Os espaços devem ser muito amplos, como acontece, por exemplo, nos lofts. Para isso, poderemos remover paredes e divisórias: é preferível que tenhamos menos salas se cada uma delas for mais espaçosa. E se houver a possibilidade de abrir janelas grandes, melhor.

E, como queremos que os móveis e acessórios tenham um acabamento muito natural, você poderá optar por madeiras com pouco tratamento, fibras naturais, microcimento

Não importa que as imperfeições fiquem à vista, trata-se precisamente disso. Escolha madeiras com estrias e nós marcados, você terá somente que lixar e envernizar para que não haja farpas. E o mesmo vale para as fibras naturais: você poderá escolher móveis e acessórios feitos à mão, que não precisam ser pintados também. Portanto, há muitos semelhanças com o estilo rústico e, em alguns casos, com o estilo industrial.

O estilo half painted

E não nos referimos apenas aos móveis e acessórios; também falamos de paredes e pisos. Independentemente do material que escolhermos para o piso (madeira, ladrilhos…), não é necessário que esteja colocado de forma completamente perfeita, a assimetria é uma boa opção nesses casos. Também não é necessário escolher exatamente a mesma cor para toda a superfície.

No caso de paredes, acontece exatamente a mesma coisa. Em outro de nossos artigos, falamos sobre o estilo half painted walls, utilizado em móveis e paredes. Consiste em pintar parcialmente a superfície, quer dividindo a parede em tiras de diferentes tonalidades ou em duas partes de cores diferentes.

Você poderá escolher decorações monocromáticas, para que o resultado seja mais ou menos homogêneo. Nós sugerimos que a separação entre as cores não seja muito precisa, a parte inferior da parede também poderá ficar a vista, com sua cor original.

Quanto às opções de cores, é melhor utilizar tons de cinza, tons terra, azuis acinzentados ou branco. Não importa que não pareçam nítidos, podem estar um pouco misturados.

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Fonte: instagram.com

Kintsugi: a arte de reparar com ouro

Por último, queremos falar sobre os acessórios ideais para uma casa decorada seguindo as diretrizes do estilo Wabi-Sabi. Objetos feitos de cerâmica ficarão ótimos: vasos, tigelas… Como nos casos anteriores, não importa se possuem entalhes ou se estão incompletos.

Para que você veja até que ponto chega esta preferência por incompletos e imperfeitos, queremos falar de uma técnica oriental: o Kintsugi. Consiste em reparar peças de cerâmica fragmentadas usando ouro. O resultado é que as cerâmicas não são apenas reparadas, mas tornam-se ainda mais fortes do que eram originalmente.

No entanto, também poderemos aplicar essa técnica no design dos tecidos, portanto, leve isso em conta ao comprar cortinas, tapetes, etc.

As rachaduras ou as imperfeições fazem parte da história de cada objeto. Dessa forma, você poderá adicionar objetos adquiridos em brechós ou lojas de móveis usados.

Essa filosofia pode ser aplicada perfeitamente à nossa vida: o tempo passa e nos afeta de diferentes maneiras. Reconhecer e aceitar a nossa história pode nos tornar mais fortes. Esperamos que essas ideias o tenham ajudado e que você as leve em conta ao decorar a sua casa.

 


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


Lázaro, Sofía. “La imperfecta BELLEZA de la casa WABI SABI“. Revista Architectural Digest. 2018. Información disponible en el siguiente enlace:  https://www.revistaad.es/decoracion/casas-ad/articulos/la-imperfecta-belleza-de-la-casa-wabi-sabi/20411

Josch, Melody. Las grietas de la filosofía kintsugi en el diseño textil. Convivencia entre lo industrial y artesanal (Trabajo de Fin de Grado). Universidad de Palermo (Argentina), 2017. Información disponible en el siguiente enlace: http://fido.palermo.edu/servicios_dyc/blog/alumnos/trabajos/13559_12902.pdf