O hospital de Paimio, um marco da arquitetura moderna
O hospital de Paimio, localizado na Finlândia, é uma das obras mais emblemáticas do arquiteto finlandês Alvar Aalto. Ele é o resultado de um concurso para a construção de um sanatório, vencido por Aalto em 1929.
Esse projeto interessante, com um corte funcional, toma a figura humana como ideal, algo típico da arquitetura de Aalto. Essa maneira de projetar vai além do funcionalismo da arquitetura moderna e enfatiza os detalhes.
O sanatório de Paimio foi um ponto de virada na arquitetura finlandesa e, acima de tudo, na obra de Aalto. A arquitetura de Alvar Aalto é um exemplo claro dos edifícios que respeitam a tradição relacionada ao Movimento Moderno.
Este edifício colocou a Finlândia no mapa da arquitetura moderna a nível mundial. Atualmente, este edifício está na lista indicativa para receber o título de Patrimônio Mundial da UNESCO.
Localização do hospital de Paimio
Este sanatório está localizado na parte mais alta de uma paisagem espetacular e isolada no sudeste da Finlândia. Podemos encontrá-lo a quase 29 km da cidade finlandesa de Turku. O projeto compreende um complexo de edifícios que se abrem e se articulam com o seu entorno. Graças a isso, temos a oportunidade de apreciar a vista e aproveitar a luz natural.
«A arquitetura moderna não significa o uso de um novo material, e sim utilizar os materiais existentes de uma forma mais humana».
– Alvar Aalto. –
Ideia inicial
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Alvar Aalto inicialmente projetou este sanatório para 296 pacientes, pensando em espaços que favorecessem a cura e a reabilitação de pacientes com tuberculose. Nas palavras do próprio Aalto, este edifício foi concebido como um “instrumento médico” a serviço de médicos e pacientes.
O projeto é dividido em diferentes áreas, como as dos pacientes, salas de repouso e as salas comuns. Todas elas podem ser articuladas de acordo com as suas funções, escolhendo a melhor orientação e aproveitando a vista ao redor de um núcleo central de circulação.
O conjunto arquitetônico é complementado por edifícios para as casas dos médicos e funcionários, localizadas em pavilhões isolados. Com isso, essas casas têm maior privacidade, permitindo o descanso dos trabalhadores.
Distribuição do Sanatório de Paimio
O arquiteto enfatiza o funcionamento e a orientação do bloco principal do complexo. Nesse bloco, encontramos os quartos e as salas de repouso para os doentes. As salas de repouso têm uma localização especial, estando nas extremidades de cada andar.
Os quartos estão orientados para o sul-sudeste e as salas de repouso, que são terraços, têm plena orientação para o sul. Com isso, Alvar Aalto aproveita ao máximo a luz natural e as suas propriedades curativas, para facilitar a recuperação dos doentes.
Também encontramos uma sala de repouso coberta, com capacidade para 120 cadeiras, ocupando todo o telhado do edifício. Esta sala coroa o edifício principal, permitindo assim uma vista espetacular da paisagem.
Internamente, os quartos podem acomodar dois pacientes e foram projetados em detalhes para proporcionar o maior conforto possível. Para isso, Aalto usa, por exemplo, a luz artificial indireta e a cor verde no teto para evitar reflexos.
Outro detalhe que contribui para a cura do paciente é o aquecimento no teto, evitando a radiação direta. Também houve especial cuidado no design dos serviços. Por exemplo, as pias têm uma geometria que minimiza o ruído da água.
Os móveis, também projetados por Aalto, foram pensados para ajudar na cura do paciente. Dentre os móveis de interiores, podemos destacar a cadeira Paimio, dona de um design ergonômico que favorece a respiração do paciente.
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Acesso ao hospital de Paimio
O acesso ao hospital de Paimio é feito de carro, passando por uma floresta na qual o edifício do sanatório se destaca. Ao pensar nesse acesso, Alvar Aalto não projeta uma fachada principal importante; a surpresa é encontrar os volumes no meio dessa paisagem idílica.
Materialidade
O hospital de Paimio é um edifício projetado para abrigar diferentes tipos de pacientes. São incluídas como «material» do hospital a luz do sol e a vegetação externa, que ajudariam na recuperação do paciente.
Conforme mencionamos anteriormente, Aalto pensou os interiores cuidando ao máximo dos detalhes. Ele introduziu superfícies curvas na junção entre as paredes e o chão.
Este edifício, de asas entrelaçadas, foi projetado para capturar a luz solar e o ar fresco. Os quartos foram dotados de grandes janelas, através das quais a luz do sol pode entrar.